segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O MOMENTO DOS SLOWS




Fernando Pessoa escreveu que o valor das coisas não está no tempo que elas duram mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.


O que ele não disse foi que existem músicas que têm o poder de nos transportar de volta ao passado , a momentos inesquecíveis com pessoas incomparáveis.

E entre as músicas nenhumas têm um maior poder de nos fazer recordar esses momentos que as baladas.

Os slows. O momento mais aguardado da festa. Quantas relações, quantos namoros e quantos casamentos começaram ao som de um slow?

Ao longo da minha adolescência várias foram as baladas que se tornaram marcantes para mim. Recolhi as quarenta principais e espero que entre elas estejam aquelas que vos façam despertar essas incríveis recordações de momentos inesquecíveis e pessoas incomparáveis.

 A mim também me fazem recordar as coisas inexplicáveis, ehehe!!!  Mas isso dava uma outra crónica!

Começávamos pelas festas de garagem, pelas salas de jantar com a mesa e as cadeiras arredadas para um lado, depois vieram os convívios do Liceu e da Escola e os diversos sótãos. No final dos anos 70 já estávamos com os nossos 15 anos e deram-nos as matinés do Ferro Velho, do Queens, do Feelings em S. Martinho e.. de repente todas as discotecas já faziam as suas matinés. Do Kiay ao Moinho, da Princess à Jeans Rouge, da Bambi à Sunset, já podíamos fazer as nossas idas ás discotecas aos fins de semana à tarde sem ter que ir às famosas matinés do Beat, do Browns, do Charlie Brown, do Archote e do Porão da Nau em Lisboa.


Mas apesar de divertido, já não tinham o sabor daquelas primeiras festas de meados de 70, daquelas festas de aniversário em que por cada 15 minutos de ‘’shake’’ tínhamos uma hora de slows! Música à medida, festa completamente customizada. Cada tarde era um interminável programa ‘’Quando o telefona toca’’ em que nós próprios escolhíamos cada música e o momento dela passar. E por vezes, o Je T’Aime Moi Non Plus, passava cinco vezes na mesma tarde! E muitas vezes a agulha do gira-discos era posta para trás mesmo ao final da música fazendo com que um single de 3 minutos tivesse dez ou 15 minutos de duração!

Os slows eram o momento mais aguardado de cada festa e para quê esperar se éramos os donos da festa?

Ah! Nada como um bom slow para nos retirar a inibição e ultrapassar a timidez. A menos que o receio de levar uma tampa ainda fosse maior… mas como diria um amigo meu ‘’o não já era garantido!’’


Grandes slows marcaram a nossa adolescência e para muitos de nós existem músicas que ao ouvi-las imediatamente nos transportam para memórias do que ficou para trás, recordando-nos momentos inesquecíveis, pessoas e lugares inolvidáveis.

E os slows, mais do que qualquer outro género musical, tem esse dom!



E se editássemos uma colectânea dos slows que mais marcaram a nossa adolescência? Não, não vamos fazer isso, mas nada nos impede de reunir aqui essa colectânea e desfrutar dessas músicas numa tarde tranquila ou numa noite amena como se de um disco se tratasse.


Talvez depois faça outra colectânea dedicada a diferentes ritmos mas para já aqui vão os slows que marcaram a minha juventude, desde os que vinham já de trás e que os Djs continuavam a passar (o Je T’Aime Moi Non Plus apesar de editado 1967 (com Brigitte Bardot) e em 1969 (já com Jane Birkin) estava proibido em Portugal e só depois do 25 de Abril foi permitido!) até aos slows que ao longo dos anos me acompanharam nas tardes de rádio e nas noites de discoteca. A colectânea, tal como as minhas crónicas (ver a crónica ‘’O Fim da Adolescência’’) terminam em 1986. De fora ficam muitas baladas que não puderam ter lugar neste compacto de 40 musicas. O TOP 40 dos Slows!


COLECTÂNEA – SLOWS ‘’EU GOZEI A MINHA ADOLESCÊNCIA NAS CALDAS DA RAINHA NOS ANOS 70 E 80)



CD1

1. The Righteous Brothers – Unchained Melody (1965)
2. Moody Blues – Nights in White Satin (1967)
3. Procol Harum – A Whiter Shade of Pale (1967)
4. Serge Gainsbourg & Jane Birkin – Je T’Aime Moi Non Plus (1969)
5. Rolling Stones – Angie (1973)
6. Yvonne Elliman – I Don’t Know How to Love Him (from Jesus Christ Superstar) (1973)
7. Genesis – Carpet Crawlers (1974)
8. Yes – Soon (1974)
9. 10 CC – I’m Not in Love (1975)
10. Joe Dassin – L’Ete Indien (1975)
11. Nazareth – Love Hurts (1975
12. Joe Dassin – Et Si Tu N’Exist Pas (1975)
13. Chicago – If You Leave Me Now (1976)
14. Peter Frampton – Baby I love Your Way (1976
15. Barbra Streysand – Evergreen (from A Star is Born) (1977)
16. Eagles – Hotel California (1977)
17. Leo Sayer – When I Need You (1977)
18. Bee Gees – How Deep is Your Love (from Saturday Night Fever) (1977)
19. Anne Murray – You Needed Me (1977)
20. Rod Stewart – Tonight is the Night (1977)


CD 2


1. Rita Coolidge – We’re All Alone (1978)
2. Peaches & Herb – Reunited (1979)
3. Dr. Hook – Sharing the Night Together (1979)
4. Bob Seger & The Silver Bullet Band – We’ve Got Tonight (1979)
5. Captain & Tenille – Do That One More Time (1979)
6. Fleetwood Mac – Sara (1979)
7. Air Supply – Lost in Love (1980)
8. Christopher Cross – Sailing (1980)
9. Bob Seger & The Silver Bullet Band – Against the Wind (1980)
10. Air Supply – All Out of Love (1980)
11. Leo Sayer – More That I Can Say (1980)
12. Chicago – Hard To Say I’m Sorry (1982)
13. Spandau Ballet – True (1983)
14. Phil Collins – Against All Odds (Take a Look at Me Now) (1984)
15. Cars – Drive (1984)
16. Lionel Richie – Stuck On You (1984)
17. Phil Collins – One More Night (1985)
18. Phil Collins – Separate Lives (1985)
19. Peter Cetera – Next Time I Fall (1986)
20. Cutting Crew – I’ve Been In Love Before (1986)












































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